Teorias da evolução
Já foi identificado e descrito mais de 1,2
milhão de espécies de seres vivos, mas estima-se que isso corresponda a uma pequena parcela de
toda a biodiversidade existente. Um estudo de 2011, considerado o mais preciso
já feito, apresentou uma estimativa de que há cerca de 8,7 milhões de espécies
no mundo, isso sem levar em conta bactérias e outros microrganismos. Como
explicar essa enorme diversidade?
Atualmente a teoria mais aceita é a da
evolução por seleção natural, proposta por Darwin e Wallace na segunda metade
do século XIX. Segundo ela, os seres vivos se
modificam ao longo das gerações, dando origem a novas espécies.
Da Grécia
antiga ao século XVIII
A crença de que as espécies de organismos
forma criadas por um ato divino e permanecem inalteradas ao longo do tempo,
chamada criacionismo, foi predominante no Ocidente até o século XIX, em grande
parte por influência do cristianismo.
Ideias sobre a imutabilidade das espécies
foram formadas pela primeira vez na Grécia antiga, com os filósofos Platão (428
– 347 a.C) e Aristóteles (384 – 322 a.C). De acordo com Platão, tudo o que tem
existência material é uma cópia ou reflexo imperfeitos de exemplares ideais,
que tem uma essência única e imutável. Posteriormente, Aristóteles estabeleceu
uma classificação hierárquica dos seres vivos, chamada de escala natural e fundamentada na ideia de que as espécies tinham
propriedades fixas. Na base da escala estavam as plantas, que eram tidas como
“seres inferiores”, seguidas sucessivamente por animais, seres humanos e
deuses.
Essa visão linear e hierárquica da
natureza foi muito influente até o final do século XVIII, quando diversos
filósofos e naturalistas começaram a cogitar que diferentes espécies haviam
evoluído naturalmente, sem intervenção divina. Esse pensamento evolucionista
era contrário ao que se acreditava até então e motivou intensos debates.
Questionário
1- Pode-se dizer que o criacionismo caracteriza-se pela defesa do
seguinte argumento:
a) todas as espécies de seres vivos existentes evoluíram ao logo
do tempo, seguindo as leis da seleção natural.
b) a vida, o universo e todos os seres existentes não passaram a
existir do nada sem que houvesse um ser superior e eterno que os tivesse
concebido inteligentemente.
c) o desenvolvimento da vida e das grande diversidade de seres
vivos independe de algo externo à materialidade da existência.
d) nenhum ser vivo pode ser tido como membro de uma espécie
independentemente das leis da seleção natural.
e) Richard Dawkins, zoólogo britânico, contribui atualmente para o
endosso do criacionismo, haja vista que acredita na existência de um lógica sobrenatural
no curso da vida na Terra.
2- (UNESP) “O mundo seria ordenado demais, harmonioso demais, para
que se possa explicá-lo sem supor, na sua origem, uma inteligência benevolente
e organizadora. Como o acaso poderia fabricar um mundo tão bonito? Se encontrassem
um relógio num planeta qualquer, ninguém poderia acreditar que ele se
explicasse unicamente pelas leis da natureza, qualquer um veria nele o
resultado de uma ação deliberada e inteligente. Ora, qualquer ser vivo é
infinitamente mais complexo do que o relógio mais sofisticado. Não há relógio
sem relojoeiro, diziam Voltaire e Rousseau. Mas que relógio ruim o que contém
terremotos, furacões, secas, animais carnívoros, um sem-número de doenças – e o
homem! A história natural não é nem um pouco edificante. A história humana
também não. Que Deus após Darwin? Que Deus após Auschwitz?” (André
Comte-Sponville. Apresentação da filosofia, 2002. Adaptado.)
Sobre os argumentos discorridos pelo autor, é correto afirmar que
a existência de Deus é:
a) defendida mediante um argumento de natureza estética, em
oposição ao caráter ideológico e alienante das crenças religiosas.
b) tratada como um problema sobretudo metafísico e teológico,
diante do qual são irrelevantes as questões empíricas e históricas.
c) abordada sob um ponto de vista bíblico-criacionista, em
oposição a uma perspectiva romântica peculiar ao iluminismo filosófico.
d) problematizada mediante um argumento de natureza
mecanicista-causal, em oposição ao problema ético da existência do mal.
e) tratada como uma questão concernente ao livre-arbítrio da
consciência, em detrimento de possíveis especulações filosóficas.
3- Alguns criacionistas acreditam que a evolução das espécies, tal
como desenvolvida por Charles Darwin (1809 a 1882), não é necessariamente um
empecilho à ideia de que o mundo e os seres vivos tenham sido criados por Deus.
Isso porque:
a) Darwin também estudou teologia, então sempre teve como objetivo
principal provar que Deus havia criado todas as espécies de seres vivos
existentes.
b) religião e ciência são inconciliáveis, então os pressupostos
científicos não precisam ser estudados e compreendidos pelos religiosos.
c) a doutrina da Criação não ignora postulados científicos
prováveis, apenas rejeita doutrinas ideológicas e filosóficas, como o materialismo
e o ateísmo.
d) Darwin concebeu a teoria da evolução das espécies por meio de
uma Revelação Divina.
e) nenhuma das alternativas.
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